Veja como poupar e aproveitar melhor seu salário

Felipe Coimbra, 31 anos, advogado: aumento no salário e disciplina para poupar possibilitaram comprar apartamento de 600 000 reais - Crédito: Tratamento de imagem e ilustração: Quad Studio; Foto: Raul Junior

Crédito: Tratamento de imagem e ilustração: Quad Studio; Foto: Raul Junior
Felipe Coimbra, 31 anos, advogado: aumento no salário e disciplina para poupar possibilitaram comprar apartamento de 600 000 reais


Você já parou para pensar nas transformações que aconteceram na economia brasileira que impactaram no seu bolso? O real se tornou uma moeda estável e a taxa básica do juro da economia baixou. Essas mudanças deram maior poder de compra a seu salário e tornaram o financiamento mais acessível. Mas não é só. Há mais empregos, com melhor remuneração, e a inflação é bem menor do que a registrada nos anos 80 e 90.

Está muito mais fácil poupar. Na Caixa Econômica Federal (CEF), instituição que detém o maior volume de depósitos no Brasil, a quantidade de pessoas com aplicações entre 7 000 reais e 8 000 reais cresceu 61% nos últimos dois anos. Se olharmos para o segmento mais endinheirado dos correntistas, também houve melhora. De 2008 para cá, o número de clientes da CEF com investimentos acima de 500 000 reais cresceu 80%. Esses números mostram que quem soube poupar viu seu patrimônio crescer nos últimos anos.


 


O economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), Marcelo Neri, vem medindo essas mudanças ao longo dos últimos anos. Segundo ele, o número de pessoas nas classes A e B, da qual fazem parte as famílias que têm renda superior a 4 807 reais, cresceu 43,8% de dezembro de 2003 a dezembro de 2008.

Já a classe C, que representa as famílias com renda entre 1 115 a 4 807 reais, cresceu 25,2%.
De acordo com o pesquisador, 32 milhões de pessoas ingressaram nas classes A, B e C entre 2003 e 2008 e outras 36 milhões devem se juntar a esse contingente nos próximos quatro anos, mantidas as condições econômicas do país.

A trajetória do advogado paulistano Felipe Coimbra, de 31 anos, ilustra o movimento ao qual os números do professor Neri se referem. Filho de pais de classe média, Felipe começou a trabalhar aos 15 anos como office boy. Aos 18, ingressou na faculdade de Direito. Antes de se formar, aos 21 anos, já estava empregado como auxiliar no departamento de operações estruturadas, na corretora de valores SLW, de São Paulo. Felipe recebia um salário de 800 reais.

Com 600 reais pagava a faculdade e usava o restante para gastos com transporte e alimentação. De lá pra cá, sua carreira deslanchou. Ele se tornou chefe de departamento, gerente e, no final de 2009, foi promovido a diretor de compliance, área responsável por analisar e verificar se os produtos financeiros estão dentro da lei. Seu salário hoje é 17 vezes maior do que quando começou na SLW. Felipe foi organizado e se preocupou em direcionar parte do dinheiro que ia entrando para construir seu patrimônio, sem deixar de curtir a vida.

Ele está pagando um apartamento que comprou por 600 000 reais, que fica pronto em 2012, e tem uma grana investida, que possibilita viajar e fazer pequenas extravagâncias. Faço pequenos resgates para curtir as coisas que gosto, como mergulhar. Nem todo mundo, porém, tem o mesmo controle sobre as finanças pessoais. E aí, mesmo ganhando mais, há a sensação de que o dinheiro está sempre curto.










 
De acordo com o professor Marcelo Neri, da FGV-RJ, o número de pessoas nas classes A e B, com renda familiar superior a 4 807 reais, cresceu 43,8% de 2003 a 2008

É o caso do engenheiro paulistano Antônio Carlos Viaro, também de 31 anos. Ele é perdulário com relação ao próprio dinheiro. Antônio teve um aumento de 60% no salário quando deixou a função de trainee, em 2008, para assumir o cargo de engenheiro de processos, na multinacional francesa Cray Valley, produtora de massa plástica.

Hoje, ganha em torno de 7 000 reais fora o bônus, que no ano passado foi de 20 000 reais. Esse dinheiro ele gastou em viagens, festas e presentes. Além de não ter mais nada do bônus que recebeu, ainda deve 25 000 reais ao banco. O grande problema é que, ao ver meu salário crescer, eu aumento imediatamente meus gastos, diz o engenheiro.

DISCIPLINA COM CURTIÇÃO
ELE GANHA 17 VEZES MAIS DO QUE NO INÍCIO DA CARREIRA E É CONTROLADO
Desde adolescente, o paulistano Felipe Coimbra de 31 anos, é preocupado com a vida financeira. Aos 15 anos entrou em um banco para trabalhar como office boy. Em três anos, juntou o suficiente para comprar um Ford Escort. No mesmo ano, ingressou na faculdade de Direito. Em 2001, último ano do curso, foi convidado para trabalhar na corretora de valores SLW, de São Paulo, como auxiliar no departamento de operações estruturadas.

A área é responsável por verificar se os produtos financeiros da empresa estão dentro da lei. Depois de ficar seis meses como auxiliar, Felipe assumiu a gerencia do departamento. O profissional agressivo, tem uma posição mais defensiva. Os diretores da corretora viram isso com bons olhos, diz. No cargo de auxiliar, Felipe recebia um salário de 800 reais, com a promoção seu salário quadruplicou. Ele então passou a investir 40% do que ganhava em ações e fundos multimercado. Em 2006, depois de quatro anos da promoção, o advogado tamento no valor de 150 000 reais à vista. Para pagar o imóvel, resgatou o dinheiro aplicado e vendeu o carro.

Na época, decidiu também mobiliar o apartamento e gastou 40 000 reais. No novo cargo, Felipe começou a fazer um trabalho de aproximação com os investidores. Ele gerenciou o departamento durante sete anos. Nesse período, afirma que sua área registrou um crescimento de 500%. Em função disso, incorporou mais 7 200 reais em seus rendimentos. No final de 2009, foi novamente promovido  a diretor de compliance e seu salário aumentou 40%.

Felipe mantém as mesmas despesas fixas há três anos. Frequento os lugares de quando era gerente, diz. Hoje todos os bônus semestrais que recebe, o que corresponde a 70% do salário, vão para a aplicação em bolsa. Recentemente, Felipe comprou um apartamento no valor de 600 000 reais na planta, que vai ficar pronto em 2012. Seu hobby é viajar.Nessas ocasiões, tiro o dinheiro da renda fixa, diz o advogado.

Dica do consultor: Ao receber um dinheiro extra, aproveite o momento e se planeje para aumentar sua poupança, assim como faz o Felipe. É importante lembrar que, diante de imprevistos, quanto maior for seu colchão financeiro menor será o estresse”, diz Mauro Calil, professor do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil e Calil, de São Paulo.

SALÁRIO MAIOR, MAIS INVESTIMENTO
ELE APRENDEU A POUPAR, TROCOU DE CARRO E COMPROU UM IMÓVEL NOVO

Há dois anos, o administrador de empresas RICARDO ARANTES PIRES, de 29 anos, foi promovido de técnico de manutenção para consultor de serviços da Otis, fabricante de elevadores, de São Paulo. Como técnico, trabalhava com uma carteira de clientes e, quanto menos chamados recebesse, mais pontos ganhava com o chefe. Em um ano e meio, reduziu drasticamente o número de chamados.

O reconhecimento veio com o novo cargo e aumento de 375%. Hoje, ganha, com salário e bônus, 6 000 reais por mês. Com o dinheiro extra, decidiu mobiliar o apartamento que comprou na planta em 2007 por 220 000 reais  64% desse valor já foi quitado. Ricardo comprou piso e móveis à vista por 35 000 reais. Conseguiu tudo isso poupando 90% do salário durante mais de um ano, o que é possível porque ele vive com os pais. Ainda assim, Ricardo assume parte das despesas de moradia. Somando a taxa de condomínio, a parcela do novo apartamento, de 1 500 reais, e os gastos com o carro novo, supermercado e escola do filho de 7 anos, suas despesas fixas totalizam 3 500 reais mensais.Com o aumento, consigo poupar.

Dica do consultor: O administrador Ricardo Pires aproveitou o aumento de salário para adiantar o pagamento de três parcelas do imóvel. Não vale a pena se o valor que tem para adiantar o pagamento for pequeno. Aproveite o dinheiro para investir em ações, diz Augusto Sabóia

QUANDO O CONSUMO SE TORNA UM PROBLEMA Casos como o de Antônio são bastante comuns. O descontrole fi nanceiro, além de causar dor de cabeça para a pessoa, compromete o desempenho no trabalho. O professor William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças, da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), fez uma pesquisa, em 2008, com 135 funcionários endividados da instituição  a amostra corresponde a 20% do total de empregados da FGV-SP.

A análise mostrou que há uma relação entre estresse fi nanceiro e alguns indicadores de produtividade e planejamento econômico desse pessoal. Colaboradores com maior estresse fi nanceiro não se fi liam ao GV Previ, isto é, não conseguem planejar adequadamente seu futuro, faltam mais e usam mais o abono concedido pela chefi a. Algumas empresas já se deram conta disso e passaram a oferecer cursos de administração em fi - nanças pessoais para seus funcionários. Um exemplo é a Vivo. Lá, qualquer profi ssional que esteja com as fi nanças descontroladas tem acesso a um consultor particular. Existem duas armadilhas que são comuns quando você começa a ganhar mais.

A primeira é passar a usufruir de bens e serviços muito mais caros. Exagerando, signifi caria trocar o seu cabeleireiro do bairro pelo mesmo salão de uma celebridade da Rede Globo. A troca passa a comprometer um naco maior dos seus rendimentos. A segunda armadilha é passar a consumir com maior voracidade. A pesquisa realizada pelo professor Marcelo Neri, da FGV-RJ, mostra que o potencial de consumo, que é basicamente a renda transformada no poder de compra, cresceu 4,9% ao ano nos últimos cinco anos. Nesse período, as viagens para o exterior, a venda de carros importados no Brasil e a venda de artigos de luxo registram recordes. O brasileiro adquiriu hábitos de consumo mais sofi sticados.

Não há problema nenhum nisso, o segredo é aproveitar esses mimos com parcimônia. A agência Maktour, de São Paulo, que atua no segmento de viagens internacionais para as classes A e B, projetou para fevereiro deste ano um crescimento de 30% nas vendas sobre o mesmo mês em 2009. O resultado foi muito além do esperado. Crescemos 90%. As pessoas estão com maior poder aquisitivo, diz Marcus Di Tommaso, diretor-geral da Maktour. Outro dado que revela o aumento de poder de compra do brasileiro é a expansão nas vendas de carros importados, que no ano passado cresceu 150,13% em relação a 2008, segundo a Abeiva, associação das importadoras de veículos.

RELAÇÃO CUSTOBENEFÍCIO
O consumo implica uma escolha que esbarra no funcionamento psíquico, regido pelas emoções que nos guiam a buscar uma satisfação instantânea, diz Vera Rita de Mello, doutora em psicologia econômica. Portanto, a dica é: resista ao primeiro impulso. Faça as contas, veja se o objeto de desejo cabe no seu orçamento é só então tome a decisão de compra. Quem quer guardar mais dinheiro precisa ter disciplina. Primeiro, é importante tentar manter as despesas fi xas (como aluguel) no mesmo nível anterior ao aumento do salário. Ganhar bem é importante, mas a arte está em gastar bem, diz Lauro Araújo, diretor da área de investimentos da consultoria Mercer.

Além do desejo de consumir mais e melhor, o que pode impedir alguém de aumentar a capacidade de poupar é o comprometimento com gastos essenciais, que não podem ser adiados. Veja um exemplo: se você precisa de um fogão, vai à loja e o vendedor lhe dá duas opções  comprar o modelo mais caro, que tem mil funcionalidades, ou outro mais barato. Se optar pelo produto mais caro, o gasto não é mais considerado básico. Sua necessidade era comprar um fogão, e não o melhor fogão. Claro, isso não signifi ca dizer que você tem de comprar um produto sem qualidade.É essencial pensar na relação custo-benefício, ou seja, ponderar a decisão do que comprar olhando a qualidade e o preço, diz Mario Amigo, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi ) e consultor de investimentos da Mercer.

Um casal que tem fi lhos também pode sentir mais difi culdades para poupar, mesmo tendo um acréscimo de renda. Muitas vezes o ganho a mais é transferido diretamente para o consumo da família. O que nem sempre é ruim, porque há mais condições de investir na educação do fi lho, diz Raphael Cordeiro, consultor fi nanceiro de Curitiba, no Paraná. Caso decida aproveitar o aumento do salário para bancar o intercâmbio de seu fi lho ou reformar seu imóvel, é importante que você faça as contas para não deixar que seus gastos se igualem ao valor a mais no salário.

Ganhar bem é importante, mas a arte está em gastar bem, diz Lauro Araújo, diretor de investimentos da consultoria Mercer

Quanto mais comprometido estiver seu orçamento, menos fl exibilidade terá para lidar com imprevistos. Quando não há fl exibilidade, a pessoa não pode se dar ao luxo de, por exemplo, deixar o emprego para tentar uma nova oportunidade, diz Raphael. Quando os gastos fi xos chegam a representar 60% do salário é sinal de que é preciso rever os hábitos de consumo. É um limite de alerta, diz Mario Amigo, da Fipecafi e consultor da Mercer.

PADRÃO DE VIDA CONFORTÁVEL Se está decidido a poupar, precisa primeiro organizar uma planilha com o valor do novo salário e seus gastos fi xos. Você vai saber então qual é sua real capacidade de investimento mensal. Com isso fi ca mais fácil defi - nir objetivos de médio e longo prazo, como comprar uma casa na praia ou fazer uma especialização. Você também deve defi nir em quanto tempo quer atingir cada um de seus sonhos.

Se a capacidade de poupar ainda é pequena em relação ao que quer alcançar, vai precisar diminuir as despesas. Caso contrário, vai demorar mais para alcançar cada uma de suas metas. Para o professor e consultor Mario Amigo, o ideal é poupar pelo menos 30% de sua renda mensal. Você pode colocar 20% em investimentos de longo prazo e 10% em aplicações de médio e curto prazo.

É o que vai ajudar a manter seu estilo de vida no futuro, afi rma Mario. Se você tem apetite por rendimentos maiores, a dica é assumir mais riscos agora e investir em fundos de renda variável e multimercado.Se o investidor souber lidar com os momentos difíceis e não se assustar, o investimento de risco é um ótimo aliado, já que há a possibilidade de mais retorno, diz Lauro, da Mercer. Em períodos de instabilidade, aproveite para acessar investimentos de maior risco por um preço menor. Uma opção é comprar ações de companhias sólidas cujos papéis se desvalorizaram. Se souber esperar, você vai ganhar uma graninha na hora de vender as ações.

GANHO MAIS, GASTO MAIS
ELE PRECISA ORGANIZAR AS CONTAS
O paulista ANTÔNIO CARLOS VIARO, de 31 anos, teve um aumento de 60% no salário quando deixou a função de trainee, em 2008, para assumir o cargo de engenheiro de processos na multinacional francesa Cray Valley, produtora de massa plástica. Atualmente ganha 7 000 reais mensais. Mesmo com renda maior, ele tem dificuldade para administrar as finanças. O problema é que se ganho mais, gasto mais.

O engenheiro vai ao shopping de três a quatro vezes por semana. Quase sempre sai com pelo menos uma sacola nas mãos. Antônio mora sozinho em um apartamento no valor de 170 000 reais. Suas despesas fixas mensais somam 5 000 reais. O que pesa no orçamento dele são as despesas variáveis, como roupas e lazer. Se diminuísse meus gastos, poderia construir um patrimônio maior. Durante o ano de 2009, ele recebeu um bônus de 20 000 reais, mas não guardou nada. Gastou tudo numa viagem de 12 dias à Bahia. Hoje, deve 25 000 reais ao banco. A dívida é de um empréstimo que fez há quatro anos, quando estava desempregado. Fico indignado ao perceber que poderia ter direcionado melhor meu dinheiro, mas acabo desviando o foco sempre.

Dica do consultor: Antônio não tem controle sobre o que gasta. Nesse caso, a dica é procurar um investimento que impeça o saque por um período. Um exemplo são os fundos de capital protegido, com aplicação em renda fixa e variável, diz o professor Mário Amigo, da Fipecaf

Mais dinheiro, mais impostos. O que fazer?
COM RENDIMENTOS MAIS POLPUDOS, A PARCELA DIRIGIDA AOS IMPOSTOS FICA MAIOR. EXISTEM ALGUMAS FORMAS DE DEIXAR O LEÃO MAIS MANSO. CONFIRA ALGUMAS ALTERNATIVAS

RENDA FIXA OU POUPANÇA: Se vai usar o dinheiro no curto prazo e quer fazer uma aplicação, a sugestão é usar a poupança, que ainda é isenta de Imposto de Renda. Se optar por fundos de renda fixa, você vai arcar com uma alíquota de até 22,5%, caso o resgate seja feito em até 180 dias. Se a ideia é usar o dinheiro do fundo e, por algum motivo, você decidir resgatá-lo antecipadamente, analise se a retirada não vai comprometer uma parte desnecessária de seus rendimentos. Não se esqueça que a alíquota varia de acordo com o tempo de permanência da grana no fundo. Caso seja necessário, adie o resgate.

DIVIDENDOS: Se você for um investidor interessado nos dividendos, a sugestão é aplicar diretamente em ações, para não precisar pagar o imposto de 15% na hora de receber o benefício. Quando as ações estão no nome do investidor, o valor do dividendo vai direto para a conta dele, diz o consultor Raphael Cordeiro.

PGBL: O Plano Gerador de Benefício Livre é indicado para quem faz a declaração do Imposto de Renda no modelo completo. Quem faz a aplicação tem o benefício de abater ou de restituir os impostos sobre o valor poupado. Os aportes feitos podem ser deduzidos da base de cálculo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda anual.

VGBL: No Vida Gerador de Benefício Livre, os aportes não podem ser abatidos da declaração do Imposto de Renda. Vale mais a pena para quem faz a declaração simplificada. Apesar de não ter o abatimento, a vantagem é que o rendimento só é tributado quando você faz o saque. Além disso, só é pago os impostos sobre o rendimento, e não sobre o valor total, como acontece com o PGBL, explica Lauro Araújo, da Mercer. Se você quer deixar o dinheiro aplicado no longo prazo, escolha a tabela regressiva. Quanto mais tempo demorar para sacar a grana, menos impostos vai pagar.

AÇÕES OU FUNDOS: Para quem vai investir na renda variável e quer pagar menos impostos, a alternativa é o investimento direto em ações. Ao aplicar na bolsa, você pode vender até 20 000 reais a cada mês de suas ações sem pagar nada de imposto. Se o valor for maior, vai pagar 15% sobre o lucro conseguido. Em um fundo de ações, o investidor paga 15% sobre o lucro, independentemente do valor vendido.

IMÓVEIS: Se há apenas um imóvel em seu nome, você pode vendê-lo por até 440 000 reais  caso não tenha negociado nenhum outro no período de cinco anos  sem se preocupar com o Imposto de Renda. Se tiver plano de trocar um imóvel residencial, é importante vendê-lo antes para depois fazer uma nova compra. Com isso, estará apenas trocando de moradia, e não aumentando seu patrimônio. Quem troca de residência não precisa pagar imposto sobre o ganho. Fonte: Você S/A

7 passos para a inovação

Com um pequeno esforço de memória, qualquer um pode listar alguns nomes de pessoas que considera geniais. Gente que revolucionou seu tempo com um pensamento original ou com invenções que transformaram a vida da humanidade, como Leonardo da Vinci, Antoine Laurent de Lavoisier, Charles Darwin, Alberto Santos Dumont, Albert Einstein... Mas o que terá tornado essa gente excepcional? O escritor americano Steven Johnson, especializado em divulgar estudos sobre a sociedade, a ciência e as ideias, faz uma proposta ousada em seu mais recente livro, Where good ideas come from – The natural history of innovation (De onde vêm as boas ideias – A história natural da inovação, ainda sem data de lançamento no Brasil). Para ele, a genialidade é uma ideia romântica. Momentos de iluminação individual seriam raríssimos. Lembramos deles apenas porque resultam em histórias agradáveis sobre o progresso.

Steven Johnson, autor de Where good ideas come from (De onde vêm as boas ideias). Se o FBI fosse um lugar bom para ideias, teria evitado o ataque de 11 de setembro de 2001

O caminho que leva à inovação, diz ele, é outro: longo, descontínuo e errático. Percorrê-lo com sucesso significa principalmente conectar ideias – as próprias e as alheias, as novas e as antigas –, em vez de se isolar à espera de sacadas extraordinárias. E essa conexão só acontece em ambientes em que as pessoas possam interagir como se fossem os neurônios de um grande cérebro coletivo. “Não é que não existam pessoas extraordinárias, mais espertas que a maioria de nós”, afirmou Johnson em uma entrevista por e-mail a ÉPOCA. “A questão é que os talentos podem ser aperfeiçoados (ou reduzidos) dependendo do lugar onde estejam. Se tentássemos colocar a mente de Steve Jobs (presidente da Apple) para trabalhar em empresas convencionais, desconfio que ele não se sairia tão bem.”
Saiba mais

De acordo com essa tese, a genialidade seria a capacidade de destilar, aos poucos, o melhor do caldo das ideias existentes. Não é que não exista a descoberta, o “eureca!” (descobri, em grego antigo) que o matemático Arquimedes teria gritado, saindo pelado da banheira, quando lhe veio à mente o conceito de empuxo. É que ele faz parte de uma cadeia de outras descobertas, menores, às quais geralmente não damos valor. Fascinado pela evolução das ideias – dois de seus seis livros anteriores abordam o assunto –, Johnson estudou o contexto que levou ao desenvolvimento de várias ideias na história. E propõe um caminho para alcançar o pensamento inovador e transformar organizações em ambientes criativos. A seguir, alguns dos principais modos de fazer isso, segundo ele.

1. A GESTAÇÃO DEMORA
Uma impressão ou uma intuição precisam de tempo, pesquisa e observação para virar uma ideia. Johnson chama essa gestação de “slow hunch”, o “palpite demorado”. É corrente a ideia de que Darwin, ao ler a teoria de Thomas Malthus sobre a disparidade entre a produção de alimentos e o crescimento da população, teve um estalo e formulou a teoria da seleção natural. Johnson desmonta essa análise superficial, mostrando que Darwin era um homem rigoroso em suas anotações. Durante anos, registrou observações, citações, ideias improvisadas e rascunhou diagramas. Estava constantemente relendo suas notas e questionando suas implicações. Os principais pontos da seleção natural estavam em seus cadernos. O “insight malthusiano” veio só depois e o ajudou a completar o raciocínio.

2. A IDEIA TEM VÁRIAS MÃES
Uma pessoa inovadora é aquela que consegue combinar e recombinar ideias anteriores. Ao formular a teoria da relatividade, em 1905, o físico Albert Einstein usou estudos do matemático Jules Henri Poincaré. Daí a importância de um espaço livre para ideias: mesmo as mais loucas podem um dia servir. Poincaré formulou em 1904 uma conjectura que só foi demonstrada em 2002, pelo matemático Grigori Perelman. “As pessoas costumam pensar que fazemos uso só do conhecimento e dos cálculos e, com isso, chegamos às teorias”, diz Jacob Palis, doutor em matemática pela Universidade da Califórnia e pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). “Longe disso. Nós perseguimos palpites. Há casos em que tenho sucesso e há casos em que a pergunta fica no ar, até que outras pessoas se interessem por ela.”

3. O GRUPO INOVA MAIS
“A ideia não é uma coisa só. Está mais para um enxame”, afirma Johnson. Quando a informação circula, criamos uma rede fluida, inteligente, receptiva a novidades. É principalmente essa a razão por que as grandes cidades são ambientes mais férteis à inovação em comparação com as pequenas. “A densidade das redes formadas nas primeiras cidades propiciou a circulação de ideias. Elas transbordaram e, por causa disso, foram preservadas para as futuras gerações”, escreve Johnson. Em ambientes menores, como empresas, também é possível formar essas redes de ideias. O jeito mais simples de fazer isso é permitindo um espaço para conversas informais. É mais eficiente do que reuniões de brainstorm (em que todos são instados a dar palpites absurdos, na esperança de surgir uma ideia genial), segundo Johnson, porque as ideias não respeitam cronogramas. A arquitetura também influi. Ela precisa unir as pessoas, em vez de separá-las em grupos fechados. Esse pensamento inspirou a Microsoft a construir espaços físicos mutáveis, das mesas às paredes, em sua área de pesquisa. A Apple faz isso nos projetos de trabalho em grupo: favorece o contato franco e intenso entre todo tipo de profissional, todo tipo de inteligência.

4. PRESTE UM POUCO DE DESATENÇÃO
Muitas vezes, esquecer o problema ajuda a achar a solução. As ideias se beneficiam de uma dose de dispersão. Elas podem vir durante o sono, no banho, numa caminhada ou na prática de um hobby. Um exemplo ilustre é do matemático francês Jules Henri Poincaré. Ele passou 15 dias tentando provar que as funções propostas pelo matemático Lazarus Immanuel Fuchs não existiam. Um dia, saiu da rotina e tomou café preto, algo que não costumava fazer. Sem conseguir dormir, começou a ter alguns palpites promissores. No dia seguinte, percebeu que estava errado e provou as conjecturas – a que generosamente chamou de fuchsianas.

5. O VIZINHO PODE EMPRESTAR
Algumas das melhores ideias já existem – só precisam de alguma adaptação. Foi o que fez, por exemplo, o obstetra francês Stephane Tarnier, em 1870. Em Paris, naquela época, um em cada cinco bebês morria poucos dias depois de nascer.Um dia, passeando pelo zoológico, ele notou que os pintinhos eram mantidos em recipientes aquecidos. Se o princípio era bom para os pintinhos, por que não para os humanos? Ele criou então a primeira incubadora, colocando recipientes com água quente embaixo das caixas de madeira que serviam de berços.

6. A AJUDA DOS ERROS
Uma ideia inicialmente promissora pode chegar a um resultado ruim. Isso se chama erro. E ele é útil. O ambiente inovador tolera os enganos, estuda os resultados indesejados e os transforma em aprendizado, em benefício das ideias seguintes. Johnson cita o exemplo do teólogo britânico Joseph Priestley. Ele tinha o costume de fazer experimentos científicos para provar suas crenças teológicas. Um dia, colocou uma planta em uma jarra, privando-a de oxigênio. Esperava que a planta morresse, mas ela continuou viva. O resultado o encorajou a continuar suas pesquisas. Esse experimento levou a outros, de outros cientistas, e assim se descobriu o processo da fotossíntese.

7. A OBSESSÃO COM NOTAS
A insólita jornada da inovação depende da profusão de informações – uma espécie de bagunça organizada. Era assim que Darwin fazia em seus cadernos, repletos de rabiscos, desenhos, pensamentos. Ordenar essas ideias pode atrapalhar mais que ajudar, porque engessa o raciocínio. Anotações esparsas facilitam a recombinação das teses, o olhar com nova perspectiva. Mas há um risco oposto: anotar, anotar, e não parar para ligar os pontos. Essa foi uma das falhas que impediram a polícia federal americana, o FBI, de prevenir o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001. Em julho, um relatório do agente Ken Williams alertava sobre seguidores de um certo “Usama Bin Laden” que faziam cursos de aviação civil. Williams entrevistara alguns deles e descobrira que tinham ligações com movimentos islâmicos radicais. O documento foi classificado como um “palpite especulativo, não significativo”, e permaneceu no limbo do FBI. Outro relatório ignorado dentro do FBI mencionava que um certo Zacarias Moussaoui, aluno de aviação, tinha intenção de jogar um avião contra o World Trade Center. As informações não se encontraram, o FBI não agiu e os aviões pilotados por terroristas atingiram seus alvos meses depois.

Nesse caso extremo, um processo mais acurado de ligar informações poderia ter salvado a vida de cerca de 3 mil pessoas. Em outros casos, o prejuízo é um invento que deixa de ser feito, um trabalho que fica pior, um paciente que deixa de ser tratado. É fácil perceber a falta de conexão no FBI, mas quanto nós mesmos não trabalhamos isolados? “Um dos maiores problemas das empresas é que elas dividem as pessoas em silos – engenheiros aqui, o financeiro ali”, disse Johnson a ÉPOCA. “O pensamento inovador frequentemente vem quando as ideias cruzam fronteiras.”


Fonte: Época

Networking : Construa Sua Rede de Relacionamentos

Networking significa rede de relacionamentos e anda de mãos dadas com o sucesso na carreira. Os melhores empregos surgem por meio de indicações de colegas e conhecidos, mas muitos só se lembram de acionar seus contatos somente na hora de buscar uma nova colocação, o que é um grande erro. O networking eficaz é como uma estrada de mão dupla e deve ser uma relação ganha-ganha. 
Vamos ver alguns pontos para construir e fazer o uso eficaz da sua rede e assim ajudar e ser ajudado :

Organize e mantenha atualizado o seu banco de dados.Os softwares de e-mail com seus catálogos de endereço ajudam em muito nesse caso. Sugiro que tenha no mínimo os seguintes dados dos contatos : nome completo (coloque em destaque o nome pelo qual a pessoa gosta de ser chamada), empresa e cargo; telefone comercial e celular, endereço de e-mail, temas de interesse e data de aniversário (somente dia e mês de nascimento).

Foque a qualidade dos contatos.Procure ter pessoas interessantes e com quem você pode efetivamente contribuir. Mantenha em dia os contatos de amigos de escola e da faculdade. Além de você ter mais intimidade o leque de opções aumenta consideravelmente.

Não trate todos os contatos como amigos íntimos.Muitos são pessoas que você conheceu em reuniões, visitas a clientes ou fornecedores, treinamentos ou ainda em atividades sociais. Não exponha colegas ao ridículo chamando-os por apelidos indesejáveis. Não crie situações de constrangimento.

Lidere sem medo.Organize encontros, mas lembre-se que é normal algumas pessoas aceitarem ou não o seu convite. Sempre forneça a opção de exclusão do seu banco de dados.

Faça bom uso do e-mail e do MSN.Não perca tempo jogando conversa fora. O envio de mensagens e fotos de mau gosto pode causar sua demissão e ter inclusive complicações jurídicas. Não envie mensagens em que nada agregam no desenvolvimento das pessoas.

Mantenha um networking saudável.Na data do aniversário envie uma mensagem curta e escrita por você. Nada de cartões virtuais! - envie artigos de interesse comum a todos os contatos.- quando o contato faz qualquer tipo de solicitação sempre responda. Mesmo que você não possa ajudar ele percebe que você se importa.- quando houver convites para encontros, almoços ou happy hour procure participar. Nada substitui o contato humano. Dedique um bom tempo para conversar e conhecer gente nova. Na impossibilidade de participar explique para o organizador o motivo da sua ausência.- uma excelente opção é dar aulas em faculdades ou trabalhar como facilitador em programas de treinamento.

Faça um mapa de seus contatos.Para começar o seu networking já e partir para ação a primeira coisa a fazer é o seu mapa de contatos. Escreva os nomes das pessoas que podem vir a fazer parte da sua rede. É importante lembrar que o ideal é colocar os nomes de pessoas que você se sinta à vontade para poder enviar um e-mail, fazer um contato telefônico e convites para futuros encontros e atividades sociais.

Comece agora a criar novas oportunidades para a sua carreira!

Autor : Paulo Araujo - Palestrante e escritor. Autor de Motivação - Hoje e Sempre, entre outros livros. Visite o site :
www.pauloaraujo.com.br

Que tipo de experiência você quer para a sua carreira?

Um dos pré-requisitos para muitas empresas na contratação de profissionais é a experiência que ele possui em sua área de atuação ou até mesmo na vida como um todo. Mas afinal de contas, como definimos se uma pessoa é experiente o suficiente para ocupar uma posição e alcançar os resultados esperados? O que conta nesse caso: o tempo de experiência, o conhecimento adquirido, as empresas nas quais passou? Ou será que o potencial de adquirir experiência também conta?

 Para analisar esse conceito, é imprescindível, antes de tudo, eliminar qualquer tipo de preconceito, que pode estar relacionado à aparência, a idade ou a origem de um indivíduo. Falo isso porque nem sempre um jovem de 25 ou 27 anos que tem pouco tempo de atuação no mercado de trabalho, tampouco um indivíduo de roupas ou cabelo mais modernos pode ser rotulado como desleixado e, assim, despreparado para ocupar uma posição de grande responsabilidade. Por outro lado, não significa que um profissional alinhado de terno e gravata com uma boa comunicação e com 15 anos de experiência numa multinacional vai gerar os resultados esperados.

Experiência é bem diferente de tempo de experiência, ou seja, experiência é o quanto se aprende com o que se vive. Tem pessoas que passam anos fazendo a mesma coisa, enquanto outras passam o mesmo tempo realizando mais atividades, conhecendo culturas diferentes e empregando seus talentos estrategicamente para fazer a diferença por meio do aprendizado diário. Obviamente, que o tempo de experiência pode ser um facilitador, mas como as mudanças são cada vez mais aceleradas, a capacidade de aprender e se adequar as mudanças passa a ser mais importantes que a experiência do passado que nos servirá apenas como base e referência.

Nosso desafio é usar a experiência, explorar as oportunidades no presente para aprender incessantemente com o foco em resultados.

Um exemplo claro de que a idade não representa experiência é Bill Gates. Com apenas 19 anos, ele e Paul Allen fundaram a Microsoft, hoje a maior empresa de softwares do mundo. Nesse empreendimento, Gates demonstrou não só conhecimentos técnicos e científicos extraordinários, mas visão de futuro e teve uma estratégia para fazer do negócio uma fonte de lucro extraordinária. Essas características, portanto, não são privilégio apenas daqueles que possuem mais tempo de vida, mas daqueles que atuam de forma pró-ativa e são caçadores de oportunidades.

Autor: Carlos Cruz atua como Coach Executivo, Coach de Equipes e como Conferencista em Desenvolvimento Humano. Site www.carloscruz.com.br

Tenha uma estratégia antes de agir

O mercado está cada vez mais concorrido, já que as empresas vêm investindo na qualificação dos profissionais, em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia para empregar os recursos em busca de melhores resultados. Além disso, por conta das oscilações econômicas que acabam por influenciar a realização de planos e cumprimento de metas, concluímos que o mundo dos negócios está instável. Por essas razões, torna-se imprescindível encontrar alternativas estratégicas para alcançar soluções satisfatórias e viáveis, que tragam resultados a curto, médio e longo prazo. Mas de que forma trabalhar para conseguir esses objetivos? Será que a busca por informações estratégicas e seu processamento de forma inteligente pode ser uma boa saída?


Uma ferramenta de gestão empresarial bastante utilizada é a Análise SWOT, que consiste no estudo do cenário externo e da realidade interna de uma organização. Esse tipo de medida é de fundamental importância para se iniciar um projeto importante e, principalmente, para criar ações estratégicas em momentos de incerteza, porque nos permite conhecer os fatores favoráveis e desfavoráveis que o mercado apresenta, além de situar a organização dentro do seu real contexto. É preciso tomar decisões com qualidade e colocar em prática as boas idéias, no entanto, tudo deve ser feito com cautela e com a estratégia adequada. Falo isso porque é muito comum encontrarmos casos de empresas com produtos e serviços inovadores, mas que acabam pecando nas estratégias de atuação frente ao mercado em que atuam.


O termo SWOT é uma sigla em inglês, que representa um acrônimo de Forças (Strenghts), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da revista Fortune sobre as 500 maiores corporações.


A Análise SWOT é um sistema simples que tem por objetivo verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão. A análise se divide em Ambiente Interno, composto pelos itens Forças e Fraquezas; e Externo, relacionado às Oportunidades e Ameaças. A parir dessa divisão é possível estabelecer aquilo que é de responsabilidade da empresa, e o que é uma antecipação do futuro, ou seja, o que se pode traçar a respeito de possibilidades positivas ou negativas do macro ambiente econômico.


Depois de fazer o levantamento de dados é chegada a hora de cruzar as informações, para que, dessa maneira, seja possível encontrar alternativas para a sua operação de negócios. Combinando fatores externos e internos você terá a chance de saber como suas forças podem servir como impulso para aproveitar as oportunidades já existentes no mercado, ou, ainda, saber como deve se reposicionar em relação às fraquezas para não sofrer as conseqüências das ameaças encontradas.


Há mais de três mil anos, Sun Tzu, considerado um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos e autor do livro “A Arte da Guerra” já dizia: “Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças”.


Essa ferramenta pode ajudar você na avaliação de empresas, projetos, produtos, serviços e equipes. Para isso, faça as seguintes perguntas para cada item:


Pontos Fortes:
O que você, sua empresa e equipe fazem bem?
Que recursos especiais você possui e pode aproveitar?
Quais os seus diferenciais?
O que a concorrência,a equipe,os clientes e os fornecedores acham que você faz bem?


Pontos Fracos:
No que você precisa ficar atento?
O que precisa melhorar?
Onde deve se blindar?
Onde possui menos recursos que os demais?
Quais são suas fraquezas identificadas pelos outros?


Ameaças:
Que ameaças (leis, regulamentos, concorrentes) podem lhe prejudicar?
Qual o ponto forte do seu concorrente que pode ser uma ameaça para você?
Quais as estratégias e diferenciais dos seus concorrentes?


Oportunidades:
Quais são as oportunidades externas que você pode identificar?
O que seu cliente deseja e precisa que pode servir como oportunidade de negócio?
Como agregar valor ao seu produto e ao seu serviço?
Que tendências você pode aproveitar ao seu favor?


Após responder essas perguntas, crie planos de ações estratégicos e alcance melhores resultados.

Autor: Carlos Cruz - Fonte: www.carloscruz.com.br

Liderança: Um papel a ser exercido, não um cargo

Um dos assuntos mais discutidos dentro das organizações hoje é a Liderança. Após algumas transformações na maneira de se fazer gestão, ampliando o foco que antes estava restrito aos negócios para as pessoas e como elas podem e devem trabalhar, essa figura passou a ser o centro motivador de grandes conquistas, uma vez que é capaz de impulsionar o crescimento de outras pessoas e das empresas em que se encontram. Mas ainda temos que tomar cuidado para não interpretarmos de maneira errada o que vem a ser a liderança e como exercê-la de modo positivo.



Ao longo dos anos instituem-se, nas maiores empresas do mundo, políticas de governança baseadas em estruturas verticais e sólidas. Isso fazia com que cada pessoa soubesse exatamente o que deveria fazer e quem eram as pessoas responsáveis por dar as ordens. A flexibilidade era muito baixa e os profissionais funcionavam como que em uma grande máquina, cuja velocidade de trabalho era ditada de cima para baixo.

Hoje a situação é muito diferente, as pessoas dentro de uma organização assumem diversos papéis para conseguirem executar com sucesso suas tarefas. A verticalização deu espaço aos organogramas horizontais, que priorizam a intercomunicação entre as diferentes áreas de uma mesma empresa. Os resultados não são mais vistos apenas como fruto da somatória dos bons desempenhos individuais, é preciso que toda uma equipe se motive para conquistar objetivos comuns.

Essa evolução trouxe mudanças em relação à forma de se gerenciar. Antes, se cada um era visto como um componente isolado e responsável apenas por suas atividades, direcionado pela antiga figura do chefe, hoje, esse mesmo indivíduo faz parte de um verdadeiro time, com influência direta nos resultados de todos. Por isso, a figura do profissional centralizador foi substituída pelos líderes, capazes de interagir com uma série de indivíduos, estimulando-os a obter os melhores resultados, da maneira mais colaborativa possível e ainda priorizando o auto-desenvolvimento.

Como saber se posso ser um líder?

Ao contrário do que muitos pensam, exercemos a liderança todos os dias, em maior ou menor escala, dependendo do perfil de cada indivíduo e da situação em que nos encontramos. Diferentemente do que acontecia no passado, esse título não é concedido pela empresa, ou seja, a liderança não representa um cargo, mas, sim, um papel a ser exercido. Isso faz com que você possa liderar independentemente do seu “status”. Desde o mais simples funcionário até o presidente de uma multinacional, todos têm a capacidade de fazer isso. O líder é aquele que facilita aos profissionais da sua equipe brilharem, se desenvolverem constantemente e, principalmente, perceberem a sua importância para o sistema onde estão inseridos.

Por isso, se deseja tornar-se um líder trabalhe muito, pague o preço e desenvolva suas competências. Sejam quais forem suas atribuições, alcance a excelência. Lembre-se que se você conseguir melhorar 1% a cada dia, no final do ano terá atingido um índice de crescimento superior aos 300%. Com certeza isso será reconhecido pelo grupo e, conseqüentemente, pela empresa em que trabalha. Não se deixe guiar apenas pelo “status” e pelo poder que um cargo de liderança pode lhe trazer, já que esse não deve ser o objetivo de um profissional que exerce esse papel. Deseje, sim, ser uma pessoa capaz de realizar transformações em benefício de seus companheiros de trabalho e de sua empresa.

Qual deve ser o foco do trabalho de um líder?

Existem dois grandes focos de trabalho para um líder: nos resultados e nas pessoas. Você pode se perguntar qual é o “melhor”, correto? Bom, nesse caso minha resposta é simples, os dois! Como em outros aspectos de nossa vida, é importante mantermos o equilíbrio para obtermos sucesso. Quando se persegue apenas os resultados, corremos o risco de deixarmos nossa equipe desmotivada e sem a atenção que devem receber. No caso contrário, quando trabalhamos apenas para o bem estar de nossos companheiros de trabalho podemos deixar de atingir nossas metas. Por isso, o líder deve estar atento aos resultados e ao modo como eles estão sendo conquistados. Não podemos ter uma equipe que bate as metas todos os meses, mas que não tem um bom relacionamento ou estão sempre em situações de desgaste emocional. O contrário também não é desejado, um grupo de profissionais muito bem emocionalmente, mas que não gera conquistas e crescimento para a empresa. Portanto, é importante obter resultados através do desenvolvimento da equipe.

Quais competências um líder deve ter?

Acredito que para se tornar um bom líder é preciso desenvolver algumas competências, independentemente do cenário em que você pretende atuar. Por isso, analise como anda trabalhando e reflita sobre os sete pontos que vou descrever abaixo, considerados básicos:

1. Desenvolva a visão de curto, de médio e de longo prazo - O líder precisa ter uma visão de futuro atraente e realista, com parâmetros bem definidos para a questão dos números. Assim, ele poderá inspirar e mobilizar a equipe por meio do compartilhamento de suas expectativas e as formas de alcançá-las;

2. Oriente-se para resultados em equipe - Além de ter uma visão futura bem definida, é necessário criar estratégias que envolvam as pessoas para o alcance de resultados extraordinários. Muitos profissionais em cargo de liderança falham com a equipe por dedicarem a sua atenção apenas com metodologias e números, esquecendo, assim, do desenvolvimento de competências;

3. Tenha senso de realidade - O líder tem que perceber que a equipe, os desafios, a empresa, os clientes e o mercado nunca são e nem serão como ele gostaria que fosse. Portanto, encarar a realidade e fazer não só o que gosta, mas o que é preciso ser feito para o sucesso dos negócios e da equipe é uma característica fundamental para um líder extraordinário e orientado para bons resultados, que permitam crescimentos na área profissional e pessoal;

4. Mantenha-se flexível - A flexibilidade ajuda um líder a fazer o que for preciso para alcançar os resultados esperados. Caso seja preciso mudar de rumo, treinar a equipe de uma forma diferenciada, ou até mesmo, colocar a mão na massa para solucionar um problema, ele terá que fazer. Estar preparado para modificar o caminho até o destino final é essencial;

5. Reconheça a equipe – O verdadeiro segredo de uma equipe de sucesso é a forma e a freqüência com que um líder fornece feedbacks positivos. Uma dica para fortalecer o comprometimento da equipe está em agendar reuniões quinzenais para parabenizar a equipe e comemorar os resultados mais importantes do período;

6. Conheça a si mesmo - Muitos líderes frustram-se por não conhecerem o perfil das pessoas que formam sua equipe, mas antes é preciso buscar o auto-conhecimento. Aconselho a todo líder passar por programas de coaching, terapias, treinamentos, entre outros. Quando um líder conhece seu ponto fraco ele pode transformá-lo em ponto forte ou até mesmo contratar um braço direito para suprir sua necessidade, o grande desafio é que muitos não se permitem enxergar esses pontos a serem trabalhados;

7. Assuma a responsabilidade - Aconteça o que acontecer, o líder tem que assumir a responsabilidade pelos resultados. No momento de sucesso o líder deve parabenizar a equipe por esta conquista e em um eventual fracasso ele deve instigar a todos a pensarem em possíveis aprendizados com aquela situação.


Autor: Carlos Cruz - site: www.carloscruz.com.br
Carlos Cruz atua como Coach Executivo e de Equipes, Conferencista em Desenvolvimento Humano e Diretor da UP TREINAMENTOS & CONSULTORIA.

As cinco características de um campeão

Campeões não são profissionais comuns. Eles têm esse nome porque seus resultados estão acima dos conseguidos pela grande maioria das pessoas.

Mas tornar-se um campeão é algo que pode ser conseguido por profissionais que decidam buscar essa meta. E trabalhem do modo certo para chegar lá. Vou dar algumas dicas do que você pode fazer para tornar-se um campeão:


  • Desenvolva Velocidade


Num mundo dinâmico como o de hoje, você precisa preparar-se para decidir rápido e implantar suas decisões ainda mais rapidamente. O sucesso virá para aqueles que tiverem a capacidade de dar respostas velozes às oportunidades. É preciso agir e fazer sua equipe trabalhar rapidamente. O sucesso virá para quem souber agir e entregar os resultados antes que a concorrência.


  • Cultive a Polivalência


Um profissional muito especialista tende a ter uma atuação restrita e perder muitas oportunidades. Hoje, o mercado exige que você tenha conhecimentos mais amplos e que possa atuar em diversas frentes de trabalho. Busque estar atento ao que o mercado necessita e prepare-se para atender essa demanda.


Amplie sua Visão

Uma visão mais ampla, sob os diversos enfoques da sua profissão e do mercado, vai lhe dar mais agilidade e maior probabilidade de acertos em suas decisões. Informe-se, mantenha-se em contato com as fontes confiáveis que falam sobre o seu negócio e preste atenção ao mundo ao seu redor e, principalmente, a tudo o que afeta a sua profissão. Exercite a sua visão de futuro, procurando antecipar-se aos acontecimentos.


  • Aprimore a sua capacidade de liderar equipes


A sua capacidade de realização depende muito da capacidade de realização de sua equipe. Portanto, desenvolva características de liderança, aprimore o seu jeito de liderar.
Invista forte em aumentar a sua capacidade e a de sua equipe, para transformar oportunidades em resultados. As melhores conquistas virão quando você e sua equipe estiverem trabalhando em sintonia, em busca das mesmas metas.


  • Busque Entender de gente


O grande diferencial de qualquer empresa está nas pessoas que trabalham nela. Como líder, é fundamental que você entenda de gente, para estimular sua equipe a dar o melhor de si e conseguir os melhores resultados. Seja sempre um líder especial, que reconhece a grandeza que existe em cada membro de sua equipe.


Estamos na virada de mais um ano e 2010 promete ser um ano de muitas oportunidades. Muitos campeões surgirão e um deles pode ser você.

Vamos juntos nessa nova jornada. Prepare-se para ser um campeão.

Autor: Roberto Shinyashiki - Fonte: UOL